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No cenário econômico atual, compreender a atuação do Banco Central e Copom (Comitê de Política Monetária) é fundamental para quem deseja entender como as decisões de política monetária afetam a economia e o mercado financeiro.
Este artigo explora o papel dessas instituições, suas funções e a relação direta com a Taxa Selic, a principal referência de juros no Brasil.
O que é o Banco Central?
O Banco Central do Brasil (Bacen) é a principal instituição responsável por implementar e supervisionar a política monetária e financeira do país.
Criado em 1964, o Bacen desempenha um papel estratégico na estabilidade econômica, garantindo o controle da inflação, a regulação do sistema financeiro e a manutenção do poder de compra da moeda nacional. O Bacen exerce diversas funções fundamentais para a economia, incluindo:
- Controle da inflação: utiliza ferramentas como a Taxa Selic para manter os índices de inflação dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN);
- Regulação do sistema financeiro: supervisiona bancos, cooperativas e outras instituições financeiras, assegurando o funcionamento eficiente e estável do mercado;
- Política monetária: gerencia a quantidade de dinheiro em circulação e define estratégias para estimular ou conter o consumo e os investimentos;
- Gestão das reservas internacionais: administra as reservas cambiais, garantindo a capacidade do país de honrar compromissos internacionais;
- Emissão de moeda: é o órgão responsável pela emissão do real, a moeda oficial do Brasil.
O Bacen é vital para a economia, pois suas decisões influenciam diretamente fatores como juros, crédito, câmbio e a confiança de investidores. Em momentos de crise, o órgão atua para garantir a liquidez no mercado e preservar a estabilidade financeira, reduzindo os impactos econômicos negativos.
Quem faz parte do Banco Central?
O Banco Central do Brasil é administrado por uma diretoria colegiada composta por um presidente e uma equipe de diretores. Essa estrutura permite a divisão de responsabilidades e garante a implementação eficaz das políticas monetárias e financeiras.
O Presidente do Banco Central é o responsável por liderar a instituição e representar o Bacen em fóruns nacionais e internacionais. Também preside o Comitê de Política Monetária (Copom).
Já os diretores são divididos por áreas específicas, como política monetária, supervisão bancária, regulação financeira e administração de reservas internacionais.
Os membros da diretoria são indicados pelo Presidente da República e precisam ser aprovados pelo Senado Federal. Essa indicação política é combinada com a exigência de critérios técnicos e experiência relevante para garantir a competência da gestão.
Mudança na gestão em 2025
No início de 2025, ocorreu uma mudança significativa no comando do Banco Central: Gabriel Galípolo assumiu a presidência, substituindo Roberto Campos Neto. Essa transição marcou uma nova fase para o Bacen, especialmente devido às diferenças no perfil de ambos os líderes.
Durante sua gestão, Roberto Campos Neto adotou uma postura conservadora, com foco em medidas para conter a inflação e manter a independência do Banco Central — o que gerou desavenças públicas com o governo do Presidente Lula.
Já Gabriel Galípolo é conhecido por sua visão mais alinhada às políticas econômicas do governo. O novo presidente trouxe expectativas de maior flexibilidade na política monetária, com possíveis ajustes nas estratégias de controle inflacionário e estímulo ao crescimento econômico.
A gestão de Galípolo é vista como uma tentativa de alinhar a política monetária às necessidades de estímulo à economia, sem descuidar da estabilidade financeira. Essa ambiguidade gerou desconfiança no mercado sobre sua real capacidade de equilibrar o controle da inflação e o crescimento econômico.
O que é o Copom?
O Comitê de Política Monetária (Copom) é um órgão do Banco Central responsável por definir a Taxa Selic, principal instrumento para o controle da inflação no Brasil. Suas principais funções são:
- Definir a Taxa Selic: o órgão estabelece o patamar de juros básicos da economia brasileira;
- Analisar o cenário econômico: o Copom avalia variáveis como inflação, câmbio, crescimento econômico e contexto global;
- Publicar atas e relatórios: o comitê também divulga ao público as razões que fundamentaram suas decisões.
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Qual a relação do Copom com a Selic?
Como vimos acima, o Copom é o órgão que define a Taxa Selic. E quando o comitê decide aumentar ou reduzir a Selic, isso afeta diretamente:
- O custo do crédito para consumidores e empresas;
- O rendimento de investimentos em renda fixa;
- O comportamento do mercado financeiro.
As decisões do Copom são fundamentadas em uma análise rigorosa do cenário econômico, incluindo projeções de inflação, crescimento do PIB e contexto global.
Quais as próximas reuniões do Copom?
O Comitê de Política Monetária (Copom) realiza reuniões ao longo do ano para definir a Taxa Selic e ajustar a política monetária do Brasil conforme os cenários econômico e inflacionário.
Serão oito reuniões ao longo do ano, realizadas sempre em dois dias consecutivos, com a divulgação da decisão sobre a taxa Selic ocorrendo no segundo dia, por volta das 18h30. Abaixo está o calendário das próximas reuniões do Copom em 2025:
Reunião | Data |
1ª Reunião | 28 e 29 de janeiro |
2ª Reunião | 18 e 19 de março |
3ª Reunião | 6 e 7 de maio |
4ª Reunião | 17 e 18 de junho |
5ª Reunião | 29 e 30 de julho |
6ª Reunião | 16 e 17 de setembro |
7ª Reunião | 04 e 05 de novembro |
8ª Reunião | 9 e 10 de dezembro |
A Taxa Selic, deve seguir um cenário de alta ao longo de 2025. Economistas projetam que a Selic possa atingir 15%, caso as pressões inflacionárias persistam, especialmente devido ao câmbio depreciado e à resiliência do mercado de trabalho. Esses fatores aumentam os custos para empresas e consumidores, exigindo ações mais restritivas do Banco Central.
A expectativa é de que a Selic só comece a cair em 2026, caso a inflação esteja controlada e os indicadores econômicos apresentem maior estabilidade. Enquanto isso, os mercados estarão atentos às decisões e atas do Copom, que devem refletir o impacto das políticas fiscais e econômicas do governo Lula.
Quer entender mais sobre a Taxa Selic e como ela impacta suas finanças? Leia o artigo sobre a projeção da Selic para 2025!