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Em 2023, o mercado brasileiro foi sacudido com a notícia da dívida bilionária da Americanas.
A varejista registrou um prejuízo de R$ 6,03 bilhões em 2022 e entrou para a lista de empresas que pediram recuperação judicial em 2023.
Os indicadores de endividamento ajudam gestores e investidores a medirem a saúde financeira de uma empresa para tomarem decisões mais embasadas. Isso vale tanto para a Americanas quanto para o seu negócio.
Neste artigo, você vai conhecer os principais indicadores de endividamento, a importância deles e como analisá-los. Continue a leitura e saiba mais!
O que são os indicadores de endividamento?
Os indicadores de endividamento são métricas financeiras utilizadas para avaliar o nível de dívidas de uma empresa.
Esses indicadores ajudam a medir se o negócio está operando com um nível seguro de endividamento ou se corre o risco de insolvência — situação em que não consegue cumprir suas obrigações financeiras.
Em resumo, eles analisam a proporção de capital de terceiros em relação ao capital próprio e a capacidade da empresa de honrar suas obrigações financeiras.
Analisar esses indicadores é útil não só para os gestores de empresa. Investidores que avaliam a viabilidade de investir em um negócio também podem utilizá-los.
Esses indicadores fornecem uma visão clara do risco financeiro e da sustentabilidade de uma empresa, ajudando a guiar decisões estratégicas e financeiras.
Dívidas de longo prazo vs. Dívidas de curto prazo
Existem dois tipos principais de dívidas que uma empresa pode contrair: de curto prazo e de longo prazo.
As dívidas de curto prazo são aquelas que devem ser pagas em menos de 12 meses e geralmente têm um impacto mais imediato e potencialmente prejudicial sobre a saúde financeira do negócio.
Já as dívidas de longo prazo têm prazos superiores a 12 meses, proporcionando mais tempo para a empresa planejar e gerir seus pagamentos.
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Endividamento das empresas no Brasil
O cenário de endividamento das empresas no Brasil tem se tornado cada vez mais desafiador nos últimos anos.
De acordo com um estudo do Cemec-Fipe, em novembro de 2023 o número de recuperações judiciais (RJs) aumentou 103% em comparação ao mesmo período de dois anos atrás.
No total, 1,4 mil solicitações de recuperação judicial foram registradas em 2023. Um aumento de 68,7% em relação ao ano anterior, conforme dados da Serasa Experian — sobrou até para a Americanas.
Em janeiro de 2024, a Serasa Experian registrou 6,7 milhões de empresas inadimplentes no Brasil.
As dívidas somadas ultrapassaram R$ 127,8 bilhões com um ticket médio de débito de R$ 2.705,2. Em média, cada empresa inadimplente possuía 7,1 contas atrasadas.
Esse cenário reforça a importância de acompanhar e analisar regularmente os indicadores de endividamento do negócio.
O monitoramento regular desses indicadores ajuda o empresário a identificar problemas financeiros precocemente e tomar medidas corretivas antes que a situação se torne crítica.
Além disso, uma gestão financeira proativa pode melhorar a capacidade de acesso a crédito e a saúde financeira da empresa.
Quais são os principais indicadores de endividamento?
Agora que entendemos a importância dos indicadores e o cenário de endividamento das empresas no Brasil, confira os principais e como calculá-los!
Participação de Capitais de Terceiros (PCT)
A Participação de Capitais de Terceiros (PCT) mostra quanto do capital da empresa é proveniente de fontes externas.
Esse indicador apresenta o grau de dependência do negócio em relação ao capital de terceiros para financiar suas operações.
- PCT = (Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo) / (Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo + Patrimônio Líquido)
- Passivo Circulante: dívidas e obrigações de curto prazo (menos de 12 meses);
- Exigível a Longo Prazo: dívidas e obrigações de longo prazo (mais de 12 meses);
- Patrimônio Líquido: capital próprio da empresa, incluindo lucros retidos e investimentos dos sócios.
Um PCT elevado indica uma alta dependência de recursos externos, o que pode representar um risco se a empresa não conseguir gerar lucros suficientes para pagar suas dívidas.
Imobilização dos Recursos a Longo Prazo (IRPL)
O IRPL mede quanto dos recursos de longo prazo e do patrimônio líquido estão aplicados em ativos imobilizados, como propriedades, planta e equipamentos.
- IRPL = Imobilizado / (Exigível a Longo Prazo + Patrimônio Líquido)
- Imobilizado: ativos fixos e de longo prazo, como propriedades, planta e equipamentos;
- Exigível a Longo Prazo: dívidas e obrigações de longo prazo;
- Patrimônio Líquido: capital próprio da empresa.
Um IRPL alto indica que uma grande parte dos recursos está imobilizada, o que pode limitar a flexibilidade financeira da empresa para lidar com obrigações de curto prazo.
Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL)
O IPL avalia a proporção do patrimônio líquido que está imobilizada. Este indicador é fundamental para entender a disponibilidade de recursos próprios para financiar a operação.
- IPL = Imobilizado / Patrimônio Líquido
- Imobilizado: ativos fixos e de longo prazo;
- Patrimônio Líquido: capital próprio da empresa.
Um IPL alto sugere que a empresa tem muitos ativos imobilizados, reduzindo sua liquidez e aumentando a dependência de capital de terceiros.
Composição do Endividamento (CE)
A Composição do Endividamento (CE) ajuda a determinar a proporção da dívida de curto prazo em relação ao total das dívidas.
Esse indicador é importante para avaliar a capacidade da empresa de lidar com suas obrigações imediatas.
- CE = Passivo Circulante / (Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo)
- Passivo Circulante: dívidas e obrigações de curto prazo;
- Exigível a Longo Prazo: dívidas e obrigações de longo prazo.
Um CE elevado indica que a empresa tem muitas dívidas de curto prazo, o que pode representar um risco para sua liquidez.
Índice de Endividamento Financeiro (EF)
O EF mede a relação entre a dívida bruta da empresa e o patrimônio líquido. Este indicador mostra o grau de endividamento em relação aos recursos próprios.
- EF = (Dívida Bruta / Patrimônio Líquido) x 100
- Dívida Bruta: total de dívidas da empresa, incluindo passivos de curto e longo prazo;
- Patrimônio Líquido: capital próprio da empresa.
Um EF alto significa que a empresa está altamente endividada em relação ao seu capital próprio, o que pode ser um sinal de risco financeiro elevado.
Índice de Endividamento Geral (EG)
O EG calcula a proporção do endividamento em comparação aos ativos totais da empresa.
Esse indicador é fundamental para avaliar a solvência — capacidade do negócio de honrar seus compromissos financeiros no longo prazo.
- EG = (Capital de Terceiros / Ativos Totais) x 100
- Capital de Terceiros: soma de todas as dívidas da empresa (Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo);
- Ativos Totais: total de ativos da empresa, incluindo ativos circulantes e imobilizados.
Um EG elevado sugere que a empresa está fortemente endividada, o que pode comprometer sua capacidade de pagar suas obrigações financeiras.
Como analisar os indicadores de endividamento?
Veja agora cinco passos para analisar os indicadores de endividamento do seu negócio!
1. Avalie as dívidas de curto e longo prazo
É importante diferenciar entre dívidas de curto prazo (menos de 12 meses) e dívidas de longo prazo (mais de 12 meses).
Dívidas de curto prazo geralmente representam um risco maior, por precisarem ser pagas em um período menor, o que pode pressionar o fluxo de caixa da empresa.
Verifique se a empresa tem um equilíbrio saudável entre essas duas categorias de dívida.
2. Compare com o mercado
Para entender melhor a posição de endividamento da sua empresa, compare os indicadores com os padrões do mercado.
Isso ajuda a contextualizar os números e avaliar se a empresa está dentro das médias aceitáveis ou se está muito alavancada em relação aos concorrentes.
3. Monitore a evolução
Acompanhe os indicadores de endividamento ao longo do tempo para identificar tendências.
Um aumento constante no endividamento pode ser um sinal de alerta, indicando que a empresa está recorrendo cada vez mais a capital de terceiros.
Por outro lado, uma redução pode indicar uma gestão financeira saudável e uma menor dependência de dívidas.
4. Considere a geração de caixa
Analise a capacidade da empresa de gerar caixa suficiente para cumprir suas obrigações financeiras.
Indicadores como a margem EBITDA e o fluxo de caixa operacional são úteis para avaliar se o negócio consegue gerar recursos suficientes para pagar suas dívidas.
Uma boa capacidade de geração de caixa é essencial para a sustentabilidade financeira.
5. Avalie a solvência e liquidez
Além dos indicadores de endividamento, considere também outros indicadores financeiros que refletem a solvência e a liquidez da empresa. Os índices de liquidez corrente e seca são alguns exemplos.
Esses indicadores fornecem uma visão mais completa da capacidade da empresa de enfrentar suas obrigações de curto e longo prazo, garantindo uma análise financeira abrangente.
6. Analise a qualidade das suas dívidas
Diversos fatores diferenciam uma dívida boa de uma dívida ruim: a taxa de juros, as condições de pagamento e, principalmente, o impacto dela sobre o seu negócio.
Se a sua empresa tem várias dívidas tomadas com diferentes datas de pagamento e taxas altas, a consolidação de dívidas pode ser uma opção para você.
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